7.5.09

PRIMEIRA PARTE

A hipótese e o objetivo

Como um conjunto de aulas teóricas poderia ser útil em minha monografia? O tema se aproxima tanto da prática que por vezes parece complicado. O traço superficial e ainda rasteiro de uma idéia mais profunda poderia, nesse contexto, se firmar “realmente” na feitura, na prática em si.

Como sustentar através de “arcabouços teóricos” aquilo que só se entende, se realiza, em sua plenitude: fazendo-se. Os campos de estudo sugerem a prática, o aprendizado no local, “ON-BY-JOB”, indicando assim que toda a estrutura do ensino e da teoria deveria ser a prática.

Mas a teoria existe e não é a prática. Engraçado notar a trajetória meteórica da teoria sobre esse tema, facilmente ela se esvai e cede espaço ao instinto. Por vezes nem se quer “da às caras”. Assume-se o ofício e pronto, já o é.

Não que a teoria seja fraca ou falha. Ela é rápida e decisiva e ponto. Dura pouco, mas incrusta naquele que a tentou entender um primeiro e primordial grão, o grão primigerador de Guimarães Rosa. O subconsciente do prático está afetado e proverá de uma maneira secreta todo o instinto do indivíduo. Esse é o lugar da teoria, acredito eu, nos ofícios mais práticos: o seu pantheon.

Escrevo isso porque acredito ser importante esclarecer a relação entre a teoria e a prática no que diz respeito ao meu objeto específico: a cinematografia norte-americana, sua criação, seu conceito e sua aplicação.

Tentarei entender autores como Stephen H. Burum, ASC que editou o livro Selected Tables, Charts and Formulas for the Student Cinematographer, David E. Elkins, SOC que escreveu o livro The Camera Assistant’s Manual, Douglas C. Hart com The Camera Assistant’s Manual A Complete Professional Handbook, Barry Green, Harry C. Box com Set Lighting Technician’s Handbook e, a grande enciclopédia do cinematografista, o American Cinematographer Manual.

Dedicarei um bom tempo de minha vida a entender como funciona, como se estrutura e como se pensa na Sociedade Americana de Cinematografistas (American Society of Cinematographers). Analisarei suas relações com os membros da equipe e com os membros fora da equipe. Procurarei entender o que John Hora, ASC assim definiu:

Cinematography is a creative and interpretative process that culminates in the authorship of an original work of art rather than the simple recording of a physical event

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